Monday, May 29, 2006

29/05/2006.

Me encontro, há dois anos atrás. E atravesso a Ponte di Mezzo várias vezes, em tantos trajetos que até me perco. Refaço caminhos, e escuto sons de antes. Um diário reescrito, passado a limpo, com dois anos de intervalo. Uma releitura estranha, com os olhos de agora. Era medo de atravessar o Lungarno?De chegar à estação? Era medo de ir a lugares desconhecidos, de me aventurar em estar ali? Era medo. Fui indo, e a cada dia um pouco. Hoje refaço aqueles trajetos, que pareciam distantes. Era só pegar o trem, e ir descobrindo como me perder e me achar. Era só caminhar. Atravessar a Ponte di Mezzo era muito mais do que atravessar, mas alcançar lugares fundamentais, como a Feltrinelli do Corso Italia, a Estação, o Correio, onde até nem retornei. As ruas estreitas a serem descobertas. A Estação e os Trens. O Ônibus pra Lucca, e tantos endereços desnecessários, bons de visitar. Reaprendi a sair caminhando, sem propósito. Um chamamento a conhecer, explorar. Foi só encontrar um lugar seguro pra atravessar, e dali em diante atravessei a Ponte di Mezzo todos os dias. E foi por onde vivi todas as peripécias, fotografias, memórias. Atravesso ainda hoje, e vou caminhando. Refazer o trajeto por escrito, com a lembrança do que exatamente me desafiava. Reolhar, com dois anos de intervalo. E atravessar de novo a Ponte di mezzo, fazendo novos trajetos. A Estação, depois do outro Lungarno, e todas as cidades onde queria ir, de trem. Era medo de atravessar a Ponte di Mezzo?

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