Friday, April 21, 2006

É mesmo uma coisa de febre terçã...(pelo Aurélio: aquelas cujos acessos se manifestam de três em três dias). Fico um tempo sem deixar sair a febre de escrita, que depois vem à toda. E é sempre assim. Aquele boom de sentar e deixar a temperatura subir no papel...Em que a gente segura a caneta e daqui a pouco ela vai sozinha. Onde estamos naquele momento...?
É uma sensação de correr pelo papel, como se fossem grandes campos abertos. Abrir porteira, olhar o comprido do horizonte. Se espichar na lonjura da escrita. Sair andando, sem hora pra voltar. A caneta nos leva, e vamos nos espichando por caminhos que nem ela conhece, mas arrisca. E é assim que vem a febre terçã. Depois de atravessar horizontes, nos deixamos levar, e levar, e levar. E escrever já não é mais tarefa nossa, mas um seguir a caneta em seus tormentos.
Betina Mariante Cardoso

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